“Aquilo que a região mais precisa neste momento é de respeito”

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“Aquilo que a região mais precisa neste momento é de respeito”

“Aquilo que a região mais precisa neste momento é de respeito”

Quais são as duas grandes prioridades que defendem para o distrito?

Seria fantástico que conseguíssemos resolver os problemas do distrito ou do interior com duas ou três medidas, mas isso não é realista. Aquilo que mais precisamos neste momento é de RESPEITO. Para isso, os nossos representantes políticos têm de ser daqui, conhecer bem a região, os seus desafios e soluções. Temos de levar para Lisboa a nossa experiência de vida, a experiência política e não o que lemos num qualquer relatório ou, pior ainda, defender cegamente um qualquer governo. Depois, precisamos de convergir, de diminuir a distância económica e social para o litoral. Isso faz-se com decisões políticas que reconheçam que Lisboa não é a referência do país. A referência são as pessoas e é para elas que temos de decidir as políticas.

A perda de população continua a ser um grave problema do interior do país. O que se pode fazer para combater este flagelo?

Se queremos pessoas no interior, temos de as acarinhar e tratar bem. Se temos fatores que levam as pessoas a sair, temos de criar outros, que as levem a ficar. Isso faz-se, por exemplo, diminuindo impostos nestas regiões, criando melhores condições laborais ou criando prestações sociais mais interessantes. Queremos mais crianças no interior? Aumentemos o abono de família, aqui. Queremos mais população ativa? Diminuamos o IRS para as regiões mais desfavorecidas. Mas também é fundamental melhorar serviços públicos! A minha adversária direta, enquanto Ministra da Saúde, cortou aos concursos de médicos para a região, aumentando para 16 mil o número de pessoas sem médico de família. Isso é o contrário do que precisamos.

Como atrair investimento para a região?

O investimento equivale à criação de emprego. Isso resolve-se por duas vias: melhorar muito a mobilidade e criar condições fiscais atrativas para as empresas que se instalem no interior. Não bastam pequenas diferenças, temos de ser algo radicais. Por proposta do PS, já acabamos com um custo importante, que eram as portagens, mas se queremos empresas aqui, temos de fazer muito mais. Criar um fator de discriminação positiva na distribuição dos fundos comunitários ou alargar o IRC de 12,5% a todas as empresas, são apenas duas medidas que propomos no nosso programa.

Nos últimos tempos tem-se visto que a linha aérea tem uma grande importância para a região. Como impedir que esteja tantas vezes suspensa?

A linha aérea continua a ser encarada como um favor que se faz à região. Não é. É um simples ato de justiça. Nas grandes áreas metropolitanas gastam-se 450 milhões de euros em subsídios a passes, mas aqui, por meia dúzia de milhões de euros, cria-se uma instabilidade permanente. O Governo tem de encarar a mobilidade como um assunto fundamental para a região, quer falemos de turismo, negócios ou proximidade. A resolução permanente poderia ser muito simples: não temos uma companhia “de bandeira” nacional, a TAP? Porque é que só opera em Lisboa, praticamente, ignorando todos os outros aeroportos e aeródromos? Talvez a solução esteja aí.

Deu entrada no Parlamento uma petição a favor da reabertura da Linha do Corgo. Acredita que o troço poderá reabrir? Se sim, de que forma e que mais-valias terá?

Sempre defendemos a manutenção do canal ferroviário. Hoje ele é uma ecopista, mas isso significa apenas que continua aberto e não é invadido por particulares. A qualquer momento pode voltar a ser uma via ferroviária. A execução do Plano Ferroviário Nacional será fundamental para a região, quer na Linha do Corgo, quer na ligação de alta velocidade, quer nas outras intervenções que estão previstas. Foi um dos grandes trabalhos do anterior governo e do Pedro Nuno Santos, em particular. É também por isso que eu espero que ele seja o próximo primeiro-ministro, porque será a maior garantia da concretização destes projetos ferroviários.

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